A ARTE E DINÂMICA DA RUA
Vagos sons se diluem na mão que passa.
Alguns desenhos na folha de papel determinam
Cantos, sopranos alertas, girassóis amigos.
Assim amargo o dia passará lento
E as pessoas não notarão seu tardar fatal:
Absortas vivem seus miseráveis becos,
Inertes sobressaem em suas negras capas.
Um vendedor anuncia: “Mexerica, comadre,
Ao menor preço da cidade” e sua voz anasalada
Pelo alto-falante, despe as últimas fraldas da rua.
Não adianta. Atrás do muro sabotadores
Constroem bombas de tempo e pintam
sangue nas portas,
Adoçam guerras com fragmentos de lágrimas.
Desespero é coisa fria, iceberg de guerrilheiros.
Em minhas lutas, as letras não são trocadas, apenas
As armas são outras, as mãos são outras.
“Vagos sons se diluem na mão que passa”.
Oremos.