Morrer

Dormir é uma espécie de morte

Leve e sucessivamente.

Morro a cada noite,

Mas ressuscito

Junto com o sol do novo dia

Deixando sobre o leito de repouso,

Lençóis amarrotados,

Sinais da morte vivida.

(a pedra rola) a porta se abre!

E entra a camareira – Maria.

Não para propagar as boas novas...

Mas, resmungona

Entra para abrir a janela,

Sacudir o pó das coisas,

Trocar os lençóis e fronhas

Para que, quando morrer o sol,

Possa eu mais uma vez

Morrer, ouvindo música,

Quem sabe

A minha derradeira morte!

José Alberto Lopes

SBC-09/11/2012

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 09/11/2012
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