Gente veloz

pingente de fueiro de bonde

caía em pé como pingo

de chuva, mas não se espalhava

descia o morro gramado

em folha de palmeira seca

e ao fim quase voava

gadunhava ônibus

com sua bicicleta, sem frenagem,

abria braços quando se largava

corria na Estrada de Santos

enquanto ouvia rádio, mas não

acidentava-se o ás do volante

na vela aspirava ao vento

para o seu barco ir à enseada

para vencer regata

no ar descia de avião sempre

de paraquedas, sem turvar a vista

nem na hora do pouso

um dia foi surfar num trem

pois empobrecera e quem é

pobre quer ser veloz também

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 30/01/2013
Código do texto: T4114832
Classificação de conteúdo: seguro