Quando dei por mim,
já era outono
e a noite sem sono
denunciava
o que estava por vir.
As folhas secas
que vi na manhã
traziam - além do afã
de te ver de novo,
o medo do lago da vida
e de olhar no espelho
e te ver em mim refletida.
Em cada manhã repetida
aparei toda aresta
e a espera da outra festa,
colecionei desejos.
Mas tuas mãos em outras
que não as minhas,
foram brisa leve
em minhas linhas,
que adormeceram,
enfim.
Quando teu sorriso
outra vez passar por mim,
quem sabe a minha poesia
não rascunhe um outro fim?