Mágoas Antigas da Minha Amada

Mágoas Antigas da Minha Amada

Minha amada traz no olhar

Mágoas antigas

Que ela deixa escorrer

Na sua tez lívida de luar

Deixa cair nas suas lágrimas

De orvalhos

Molhando seu lenço de seda

As pétalas da rosa encarnada

Seus ternos sentimentos

De tantas mágoas represadas

São mágoas antigas

Que ela canta nas suas tristes

Cantigas

Que ela escreve nos seus sonetos

E pisa nos seus flamencos

De Andaluzia

Canta nos seus blues

Nos seus fados

Magoas que molham sua lavoura

E dar de comer suas poesias

E aos seus pássaros

Alimenta o douro milharal

E deixa os olhos do espantalho

Rocio triste sentimental

O tordo atordoado

E os céus chovem de tristeza

Magoas que passam como um rio

Como são muitas

Continuam movendo os moinhos

Escrevendo na memória do vento

Soprando as velas ao relento

Rodopiando como redemoinhos

Murmurando nas peles dos cata -

Ventos

Perambulando por tantos caminhos

São mágoas que não passam nunca.

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 09/10/2013
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