Os demônios persistem

A chuva lá fora é terrível,

forte, intensa, incrível.

Poder hipnótico que prende

o olhar, o sentir

e o espírito se rende.

Estou aqui, olhando o chover,

constante.

Sentindo o peito tremer,

oscilante.

Estranha calma me invade

acalma o medo,

domina a alma

sem medos, alarde!

A solidão... latente,

faz parte do rito,

cala o grito, iminente.

E eu nem queria gritar,

queria apenas olhar

o choro do céu,

que lava o mundo

o rosto, os medos

que me acusam: Culpado, réu.

Distante de casa, anjo ou demônio

sem asa, sem lar.

E atrapalhado,

desaprendeu a voar.

E rezo a Deus invocando demônios,

exorcizando pecados, passados,

marcados na alma, na pele, no olhar.

As orações terminam,

os demônios persistem, insistem

em ficar.

Meu amor, continuo tentando exorcizar meus demônios.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 30/10/2013
Código do texto: T4549217
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