A REVOLTA DAS FLORES

Deu-se numa manhã triste,

A revolta das flores.

Um batalhão de rosas

De espinhos em riste;

Ao entardecer estava consumada.

O vento, uma mistura de odores,

De rosas despetaladas, margaridas enciumadas,

Begônias e tulipas em estertores;

Cravos tristes e feridos,

Lírios cabisbaixos e chorosos,

Consolavam angélicas e jasmins combalidos,

Crisântemos e absintos, bisonhos.

Na manhã seguinte

A decepção dos colibris,

Com a devastação dos jardins

E as rosas de semblante triste.

03.05.2005