É morrer devagar.

Mergulhei nesse mar,

agitado, de ondas em fúria.

Afoguei-me de mim, enfim.

afundando em êxtase, luxúria,

esqueci a penúria

de viver sem você.

E vivia pra quê?

Se pensar em você era tudo que tinha!

e ante toda distância

meu corpo ressente, definha.

Mergulhei sem pensar,

só queria estar

com a mulher que amei.

e assim afoguei

a saudade do peito.

Mas afoguei-me também.

Não gritei a ninguém,

eu já não queria gritar.

Não queria voltar,

pois viver desse jeito,

com essa ânsia no peito

é morrer devagar.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 09/12/2013
Reeditado em 18/12/2013
Código do texto: T4604912
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