Sorte
O que se dizer do ópio
que escorrega pelos dedos
vaza do olhar
espalha o brilho no ar
confunde-se depois
com o ar da montanha
que desce do olhar
mais fundo
da alma
que busca
perdida
um norte
que remexe
mapas e esboços
para mirar um retorno
que desate
em água
limpa
pura
que seque as feridas
do ontem
e cicatrize pela eternidade
bobagens feitas
em momentos
de inquietude da alma
alma que hoje
já não é mais perdida.