= A flor e o caminheiro =

Linda flor a beira do caminho

Por entre pedras, pó da estrada e espinhos

Sem amor e sem carinho.

Donde vem tal beleza?

Quisera eu plantá-la em terra nova

De esterco farto

Fofinho

Tal e qual, do passarinho, o ninho.

Deixar-te ao abandono

É tão triste!

Colhe-te, é tão forte!

Indo em frente...

Quiçá...

Condeno a tua beleza, à morte.

_Diz-me, senhora dos encantos...

Eu, pequeno, para tal dilema...

Ao contemplá-la, já nem sei se é privilegio

Ou se a ti, sinto a dor da sua triste sorte?

_ Olá, amigo caminheiro,

Que em teus olhos desfilo-me por inteira

Cabe a ti o meu destino...

Colher-me ou transporta-me para o teu jardim.

Saiba, meu gentil amigo

Que não sou daqui, um mero acaso

Permanecendo, naturalmente, parecerá a minha beleza

Esparramar-me-ei em sementes

Formando, ao sorriso de Deus, o canteiro.

Sou como tantos de ti, amado caminheiro

Que por este mundo rude nascestes

Trazendo consigo, em tuas almas, tamanha beleza

Que inspira os povos e a natureza.

Somos da terra o fruto

Após o desabrochar das flores

Não importa o terreno nascido

Somos por excelência

Por Deus, do amor cativo.

Vá em paz meu amigo...

Meu ciclo já se faz vencido

Em breve serei mil flores

Verás que jamais estive esquecida.

Contemple, ame, regue...

Busque na vida, toda beleza que há.

Terás sempre um lugar mais bonito

Se a vida, você aprender cultivar.

Que nasci em terreno bruto

É um fato que não escolhi

Perguntaste-me pela minha beleza

Tudo isto encontrei daqui.

Tonho Tavares.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 24/04/2014
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