Nas Masmorras do meu ser

Pergunto-me onde me perdi.

Será que foi quando tentei viver?

Ou quando desisti da vida

E me conformei com a existência?

Os anos passam, às vezes depressa

Às vezes lentamente como um rio

Que corre ao pé de uma montanha gelada

Que no inverno congela,

Mas no verão corre caudaloso e bravio.

Quando tenho tempo vou à praia e observo o mar.

Sempre o mesmo mar, mas nunca as mesmas águas.

Várias pessoas passam e já passaram por ele,

Assim como por minha vida.

Várias pessoas já morreram nele,

Afinal, a existência é uma eterna despedida.

Eu continho sendo o mesmo,

Não sendo o mesmo que queria ser.

Vivo acorrentado à saudade

Nas masmorras do meu próprio ser.

Sinto a cada dia a morte suspirar em minha nuca

E em sussurros me dizer: A vida é essa que você tem,

Boa ou ruim aproveite, enquanto te permito viver.

Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 15/06/2014
Código do texto: T4845764
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