Liberdade ainda que poesia
Não te ver
era habitar
caixa de vidros
sem janelas...
Havia o céu
havia o vento, eu sabia...
havia flores
brancas, roxas,
amarelas...
ao longe, eu até sorria...
Mas não havia como
tocá-las...
Era estar e não estar
Dias de luto, noites vazias,
isolamento e saudade...
Até, entorpecida,
adormecer e sonhar liberdades...
Acordei...
E não te ver
foi não mais que
um lado da verdade...
Antes, vidro espesso;
Agora, bolha de sabão
E minhas pernas saltitaram
em gigantescas mãos do Tempo!
Deu-me o sonho
finas asas translúcidas azuladas
E, eu, livre libélula
vi que o vasto mundo, magicamente,
é só uma pequena célula...
"mas vasto é o meu coração"
E a poesia!!! Longe de ser vazia
vadia fantasia sem compromisso
pelo ar...