Diário intrínseco

Das mensagens sem espelhos

Sonhamos vencer o medo do mundo

A luz do dia será a única riqueza dessas almas simples

Desesperadamente quieta a alma em cada rosto

É um cartaz sem vida

Utilizamos os sentidos

Para o amor que mal se vê

Nem se deduz

Nesse comércio irrestrito

Sobram apelos de hospitais

Sobre todos recai o infinito incerto

Mesmo com a dor perdendo o seu danoso efeito

Entre a insensibilidade dos objetos

No qual damos a vida como o valor

Entre ilusões configuradas como espécie

Temos agora a alma sitiada pelo lucro dos enganos

Fragmenta-se o universo inteiro e ele nos sepulta

Em leis aos derrotados

feito uma culpa a mais

Para ser terrível

Para ser poder

Decerto exata, como se fosse justa

Em mensagens aos destinos riscados por ilusões metódicas

Assim é a fome indescritível desses passos

Aquela fome natural que podia ter sido apenas simples

Ter apenas germinado no abandono das promessas

Na mais preciosa alegria humilde dos adormecidos

Mora a mais sádica das vantagens.