Senhora dos Elfos

Branca é a pele de minha senhora.

Rosa como os dias esquecidos de mim,

Sendo-nos somos um.

Minha senhora habita as terras altas

E me morro nos abismos do vale Elêusis.

Mas, ainda que profundo, seu canto de vidro

Rasga a treva do mais escuro recanto,

chegando a altura de meus dedos.

Cante-me, senhora de estrelas mortas.

Sua voz me morre aos poucos.

Onde estarei quando seu canto dissolver

as ondas dos tempos mais remotos?

Um grito assolou a província de Benetnashine,

Terra das sombras derradeiras.

No mais fundo, ouço das pedras

a súplica da virgem violada.

Chama-me para amá-la.

Queima-me com os ígneos olhares.

Na planície superior não há mais humanas,

há Elfos que guerreiam contra os anjos da desolação,

vindos do quadrante Delta da última galáxia.

Às vezes vejo mortos de mãos estendidas para o deus humano.

Ele não existe mais,

Morreu como todos os outros.

Apenas minha senhora sobrevive à guerra de mil anos.

Apenas, há ela, minha senhora de asas de neve e lentilha.

Sela minha alma na tua, deusa dos Elfos imortais.

Amael Alves Rabelo Júnior
Enviado por Amael Alves Rabelo Júnior em 08/06/2007
Reeditado em 12/06/2007
Código do texto: T518663
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