VEM!

Saudade enorme,
cresce disforme
e me mata pouco a pouco,
porque quase fico louco
se penso em ti, tão distante.
Nesta saudade incontida,
a dor é uma ferida
que maltrata a todo instante,
pois os pensamentos são vozes
sussurrando ao meu ouvido
desconfianças atrozes,
como nunca hei sentido.
Ó esperança perdida,
vem, enfrenta a chuva fria,
traz-me um pouco de alegria,
porque o dia já finda,
e a saudade dói ainda
insistente, resistente,
calada, muda... Me ajuda!
Vem refazer minha vida.

               .  .  .

 
Agora é que não vou mesmo
 a tua chamada atender
 me fizeste andar a esmo
 em solitário prazer
...
 
A esperança ficou ao caminho molhada
A espera seca de um guarda-chuva
O vento abriu a nuvem anoitecida e turva
Secando as roupas da esperança à noite enluarada...