NOITE
criam-se os muros
e as quatro paredes edificam-se
parece ser confortável, mas estou escondido
o desejo passa e percebo sopro da realidade em minha face
algo habita as ruas
todos os olhares me traem
tento desconsiderar, mas é humanamente impossível
alguém persegue-me nos becos
há também noites de pesadelos medonhos
não tenho chance
sou fraco e muito mesquinho para recorrer à ajuda
sinto-me exausto
todos veem a melancolia
já não há energia
as noites sufocam-me
parece ser a última
enfim, adormeço
recordo que há poucas horas foi meu último dia
todos como eu estão mortos ou serviram-se de loucos
retorno ao bloquei e a noite esvai o fracasso
desculpe-me, não foi possível prosseguir...