Ao Escuro

Aquele homem batera

todo dia à minha casa

sem nunca encontrar:

nada

/ da janela

do sobrado

meus olhos

de soslaio

poderiam ir ao fundo

da própria ameaça,

salvá-los.

(meus brinquedos não

eram tão velhos para

seguir em sua viagem

sozinho)

Mas não iam ao fundo

paravam à margem

chapinhavam o medo

que nadará o homem

que nada a criança.

(Tornando-se homem

planeja a vingança

um ataque à ameaça) /

Aquele velho baterá

todo dia à minha casa,

e só encontrará nada.

E dizem que

não vejo que o velho

passa fome:

O homem do saco

leva hoje

desaforo para casa.

Eduardo Lacerda
Enviado por Eduardo Lacerda em 18/07/2007
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