UM SARAU NO CREPÚSCULO

A tarde cai senhora, num cicio

murmura a pressa, metálica, sonora

dos automóveis que fogem

e o poeta, em seu silencio, apenas observa

o tempo ido.

No centro da cidade, o tudo é nada

se for certo; O tudo é perto, se perdido.

Mas, afinal, quem quer a musa

quer também a vida.

Não quer, o poeta, a noite que se anuncia

e que já não se finda.

Ricardo S Reis
Enviado por Ricardo S Reis em 19/08/2007
Código do texto: T614759