O QUE SOU

Sou fruto das minhas guerras.

Filha das minhas batalhas.

Em mim, buracos ficaram.

Em mim, trincheiras se abriram.

Esconderijos que talvez eu nunca mais volte.

Granadas que nunca estouraram.

Vontades desperdiçadas.

Desejos reerguidos.

Balas cuspidas.

Vitórias e derrotas juntas.

Alternando-se.

Esbarrando-se.

Sobrepondo-se.

Sou luta.

Mãos na terra.

Pés pelo chão.

Corro, ando, tropeço.

Seja qual for o dia.

Seja qual for a manhã.

Não vivo, apenas sobrevivo.

Escolho quando posso.

Não há mais em mim a vontade de viver

Sou todo o viver que posso ser.

Ainda Menina Mar
Enviado por Ainda Menina Mar em 11/01/2018
Reeditado em 14/01/2018
Código do texto: T6223293
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