EXTASE POETICO

ÊXTASE POÉTICO

Às vezes,

o poema brota

da música que ouço,

e a pretensa

vontade de o escrever

vem-me repentina;

escrevo,

nesse caso,

o que minha alma

pensa escrever,

reclusa em meu corpo,

que apenas transcreve

o que ela já escreve.

A alma poética,

(meu ser espiritual)

por assim dizer,

não ouve

qualquer música,

que seja capaz

de lhe inspirar

algum poema.

Mesmo encarcerada

no corpo,

a consciência sensível

é mais receptiva

a música sutil,

que brota

das boas energias

etéreas,

oriundas das vozes

melódicas espirituais.

A música

que me inspira

algum poema,

não é a que ouço,

comumente, no rádio,

no cd, no celular,

ou no auto-falante

da praça,

cuja letra ou poema

já foi musicado;

mas é a música

que emana da voz

das águas correntes,

do sussurro

dos ventos viandantes,

do ruído

das chuvas invernais,

do riso alegre do sol,

do encanto

onírico da lua,

do brilho cintilante

das estrelas...

São nesses instantes

de inesperada

inspiração,

que minha alma,

em êxtase poético,

capta dos elementos

naturais,

a poesia musical

profunda,

que transcende

a mera visão carnal,

fazendo-me transcrever

o poema

que minha alma

agora o escreve,

mesmo encarnada,

de seu livre

existir eterno.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 30/08/2019
Reeditado em 31/08/2019
Código do texto: T6733297
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