No escuro e no voo

Eu bebo poesia

Em fontes díspares

No movimento das borboletas

E no escuro do casulo

Eu engulo seco

E me aperreio sempre com intrigas

Eu como poesia com farinha

No dia-a-dia

E na entrelinha

Nada me vem por acaso

Palavras

Às vezes escasseia

Noutras em torrentes.

Enfim

Meu pensamento é farto

Meu alimento.

Célio Pires