P R E C I O S I D A D E S (187)

ENTRE O SER E AS COISAS

Onda e amor, onde amor, ando indagando

ao largo vento e à rocha imperativa,

e a tudo me arremesso, nesse quando

amanhece frescor de coisa viva.

As almas, não, as almas vão pairando

e, esquecendo a lição que já se esquiva,

tornam amor humor, e vago e brando

o que é de natureza corrosiva.

N'água e na pedra amor deixa gravados

seus hieróglifos e mensagens, suas

verdades mais secretas e mais nuas.

E nem os elementos encantados

sabem do amor que os punge e que é, pungindo,

uma fogueira a arder no dia findo.