"No Alentejo"
No Alentejo faltava tudo
No tempo que eu lá vivia,
Até o meu cão era mudo
Não ladrava, só gania.
Passei fome e passei frio
Descalça sempre andei,
Só quem lá morou sentiu
Tudo o que eu lá passei.
Tantas papas que eu comi
Feitas de farinha de milho,
Foi assim que eu cresci
Sempre triste e sem brilho.
Agora tudo é diferente
Toda a gente enche a barriga,
Há comer pra toda a gente
Se não há fome, não há briga.
Quando lá vou há alegria
Saudades dos que lá estão,
Que há tanto tempo não via
Meu Alentejo do coração.
Maria Custódia Pereira
30/11/2019