Devoção
O vento acaricia sua face
Lustra-a com o veneno do tempo
Mas sempre vou senti-la jovem
Eterna e sem fraquezas
Bela e imperecível
Portanto a última pincelada
Não é a do louco pintor
E sim da eternidade querendo arranhar seu rosto
Apago essas rugas irreais
Não permito que o tempo passe
Eu eternizo uma lágrima em sua face
Sem disfarce eu declamo
E proclamo a minha devoção
Não permito que os meus olhos se desviem
Não quero que a noite termine
Tudo é possível
Até a impossível submissão
E por mais que eu lute
Nada me afasta de você
E mesmo sem querer
Eu eternizo o que é morte
E quem sabe por sorte
O tempo te construa um altar