Catarse
Eu me superei, emergi dos escombros
Deixei para trás meus medos
Mas com a tristeza devo conviver
Não se pode ter tudo, não se pode
Porém a libertação dos dogmas
Isso eu consegui e não há remorso
Destruí o que me destruía
Hoje vivo o que mais queria
E meu corpo aprova o prazer
E tudo mais que eu possa querer
E dei as mãos para a Morte
Perdi o medo de me arriscar
Em êxtase desci até o inferno
Lá abandonei o meu amor
O coração arranquei com furor
E me deliciei com os meus sentidos
Agora minha amiga, eu sou Eu
E nada do que era seu, ou de outra
Vou levar comigo, deixo-te
Minha leviana e mesquinha amiga
Para o inferno com sua repressão
Com seu afago possessivo
Sim, quero que eu possa viver
Apenas da libertação do perigo
Comigo somente, comigo
Nada da sua truculência
Da sua débil decência
Dos seus símbolos ou tradições
Eu comigo e minha devassidão
Eu com minha crença em mim
Nada de diabos, anjos ou deuses
Apenas a força do homem
Que infinitamente há em mim