VERSOS DE QUARENTENA

Demétrio Sena - Magé

Pra que minha poesia rompa cercos,

atravesse o deserto, a solidão,

amenize a visão do breu total

que me cega de olhar e nada ver...

Meu poema passeie sem censura;

passe pelos fiscais; engane guardas;

nem atente pras fardas da polícia

ou pros olhos atentos informais...

Os meus versos irão por minhas asas;

eu preciso ficar guardado aqui;

há um pingo no i do meu intento...

Cuidarei dos poemas de amanhã

e depois de amanhã, que minha mão

soltará no desvão do isolamento...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 02/04/2020
Código do texto: T6904689
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