Lavando a roupa na ribeira
De joelhos lavo a roupa
A água sempre a correr,
O sabão nunca se poupa
Com pressa, toca a mexer.
Mais um dedo de conversa
E as mãos sempre lavando,
Lavo uma e outra peça
Enquanto há outras corando.
Não me posso descuidar
Ponho a suja à minha beira,
Ainda a vou ter de ir buscar
Metendo os pés na ribeira.
O chão faz doer os joelhos
A pedra faz-me doer a mão,
A água molha-me os artelhos
E lá me escorrega o sabão.
Ponho uma rodilha no chão
Ajoelho-me em cima dela,
Agarro bem no sabão
E mais uma ensaboadela.
No verão até sabe bem,
Lavo a roupa com alegria,
Mas no inverno ninguém
Quer as mãos na água fria.
Até dói... Mas tem de ser
A roupa tem de ser lavada,
Peço ajuda para a torcer
E no fim digo; obrigada.
Maria Custódia Pereira
18/08/2020