Chamas

ouço as acácias no cerne do seu caule.

Na borda do meu nariz as cerejeiras abrem flores

e dos umbrais de meus olhos deságua

o bordado do tempo entre minhas mãos

caminho beiras ocidentais em um céu morno

os séculos passam e me enlaçam os ermos,

escurecem os sois enquanto os meus anseios

desabam em precipícios acesos dentro

antro de horas noturnas que soluçam

entre poções de ausência e abandono

os fogos inextinguíveis de minha espera,

chamas acesas que meus desertos queimam

Vilma Silva
Enviado por Vilma Silva em 21/08/2020
Código do texto: T7042645
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