Chamas
ouço as acácias no cerne do seu caule.
Na borda do meu nariz as cerejeiras abrem flores
e dos umbrais de meus olhos deságua
o bordado do tempo entre minhas mãos
caminho beiras ocidentais em um céu morno
os séculos passam e me enlaçam os ermos,
escurecem os sois enquanto os meus anseios
desabam em precipícios acesos dentro
antro de horas noturnas que soluçam
entre poções de ausência e abandono
os fogos inextinguíveis de minha espera,
chamas acesas que meus desertos queimam