Olha a tarde!
Por mais que eu queira,
não haverá outra maneira
que não seja ser feliz.
Tua boca entreaberta
é o fim da superfície deserta
em que andei até aqui.
Vem!
Me diz o que queres
e faz o que bem quiseres
do sol que cai.
Porque ele ainda vai
se encontrar com a lua,
onde assim flutua
no horizonte pintado
em cor de ternura,
e com fina moldura
a cercar tua doçura.
O perfeito se avizinha
com a tua pele
junto da minha.
Minhas mãos sem calos
a dançar em tuas costas,
e minhas  propostas
nos doces resvalos
de tuas respostas.
A tarde vai
como que numa redoma
e a noite vem
e traz teu aroma.