Um sonho estranho
Eu sonhei que habitava as ruas
Vivendo no meio dos desvalidos
A dor de todos eram só suas
E o passado de todos eram esquecidos
Eram poetas marginais
Buscando na arte um sentido
Alguns me procuravam demais
Para outros passei desapercebido
Com o cair da noite nos dirigimos para um local
Uma comunidade feita de concreto
Ondes imagens seriam refletidas em um mural
Imagens poéticas, misturadas, mas era o certo
Alguns vendo as imagens recitavam
Eu boquiaberto as imagens via passar
Alguns apenas esperavam
O dia lentamente clarear
Uma estranha veio gentilmente me abraçar
Recitando versos com as imagens que iam passando
Com seu calor começou a me beijar
Me deixando um pouco desconcertado
A noite avançava e o dia chegou
Saímos do local depois de uma longa espera
A moça de braços dados comigo ficou
E de alguma forma ela sabia quem eu era
Trocamos breves palavras, mas sinceras
E ela me perguntou para onde eu iria
Expliquei que dormiria na rua, ou nas salas de espera
De algum abrigo que por ali existia
Foi um sonho estranho, éramos acompanhados por cachorros
E muitos se aconselhavam sobre suas rimas comigo
Eram pessoas vindas de todos lugares, inclusive dos morros
Dos subúrbios, de vários lugares e pareciam meus amigos
Acordei e refleti sobre a situação
Tive afeto de uma desconhecida
Ela não quis falar sobre sua solidão
E eu me misturei sem pensar no meio daquela massa falida
Estou ouvindo uma música, da banda Disturbed, uma versão de The Sound Of Silence
Foi um sonho de verdade, mas encontrei nas ruas amor, união e um pouco de calor.