Essas fotos que não tiramos,
as carícias que nao trocamos,
as promessas que não pagamos,
as memórias que não escrevemos.

Ainda haverá lugar pra tudo?
Pra esse silêncio do mundo,
ou para esse corte profundo
do amor que não vivemos?

Separei os vinhos fechados,
os lençóis ainda dobrados,
os medos não revelados
e as verdades não vividas.

Juntei as cartas não feitas,
e aquelas frases perfeitas,
com as melhores receitas
que não foram servidas.

Tudo neste baú do fim,
arrancando você de mim,
esquecendo de tudo enfim,
e seguindo outro caminho.

Tudo muito bem guardado,
pronto para ser enviado,
sem remetente anotado,
para ser feliz, sozinho.