O Pescador

A alegria cresce dentro do peito,

Já se vislumbra um braço do rio.

A estrada ficou mais sombreada

E o cheiro do mato perfuma a alma.

Lá vai o menino,

Pescador de robalos, piau, matrinxã e curimatã.

Pescador de gente, de alma, de amor!

Pescador até de dor,

Pra fazer parar de doer a dor de amor...

Rio São Francisco, teimoso em não se entregar

Às vicissitudes da vida,

Nas mãos de morte do homem,

Recebe o menino-pescador para nele se misturar.

O anzol é ilusão de petisco para os peixes.

É a isca para atrair um peixe bom.

E as horas escorrem preguiçosas,

Não há tempo que caiba no pescar.

O barro, a água, o odor de rio e peixe.

O sol, o mato, o canto dos passarinhos.

O pescado, o balaio, toda a tralha do menino.

Tudo isso

É deleite para sua alma de pescador ribeirinho.

Dedico ao Thiago Modesto que é menino-pescador.

Cassia Caryne
Enviado por Cassia Caryne em 24/10/2020
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