O laço no cabelo se abriu
e o vento a brincar
cobriu-lhe o rosto.
E isto posto,
o que me restou
além do franzir de testa,
foi fechar os olhos
e imaginar tudo aquilo,
que sempre aniquilo
ao lembrar
dos seus olhos de menina.

Os dias de novembro se vão
e os ventos que murmuro
não te trazem aqui.
Feliz sou eu
que não te tenho,
pois meu querer ferrenho
não te protegeria de mim.

Mantenha-se longe,
E o mais distante que possas.
Para que as vontades nossas
possam se esvair, enfim.

Em mim,
essa vontade absurda
de viver o que não posso.
E esse desejo que destroço,
se recompõe,
a cada manhã,
a cada canção,
e a cada brisa.

Nesse ofício de poeta,
ou de cantor de fim de tarde,
eu calo a vida que arde.
E vivo compondo paredes
para te deixar assim,
providencialmente,
longe de mim.