P R E C I O S I D A D E S (247)

Dorme, ruazinha ... É tudo escuro ...

E os meus passos, quem é que pode ouvi-los ?

Dorme o teu sono sossegado e puro,

com teus lampiões, com teus jardins tranquilos.

Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...

Nem guardas para acaso persegui-los...

Na noite alta, como sobre um muro,

as estrelinhas cantam como grilos.

O vento está dormindo na calçada,

O vento enovelou-se como um mão...

Dorme, ruazinha... Não há nada...

Só os meus passos... Mas tão leves são

Que até parecem, pela madrugada,

Os da minha futura assombração...