P R E C I O S I D A D E S (248)

A ÁRVORE DA SERRA

- As árvores ,meu filho, não têm alma !

E esta árvore me serve de empecilho...

É preciso, pois, cortá-la, meu filho,

Para que eu tenha uma velhice calma.

- Meu pai, por que sua ira não se acalma ?!

Não vê que em tudo existe o mesmo brilho ?!

Deus pôs alma nos cedros . . . no junquilho...

Esta árvore, meu pai, possui minh'alma !...

- Disse - e ajoelhou-se numa rogativa:

" Não mate a árvore, pai, para que eu viva !"

E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,

O moço triste se abraçou com o tronco

E nunca mais se levantou da terra !