Calabouço

Entre a pele fria que move

o estalo do medo nas colunas

das faces de pedra

o declínio dos anjos nus

vaga no beijo quente

que prolifera a cegueira do canto

irradiando o cheiro da morte

sobre risos da poesia perdida

e a noite prefacia o choro do tempo

regozija o relógio que não espera

flutua na sede do calabouço das palavras

e clama nas esferas das horas passadas

a saudade que não cessa...