CAIS DO CAOS

Demétrio Sena - Magé

Quando formos libertos desse fanatismo,

restará de quem somos o que sempre resta

duma festa, uma feira, uma enchente ou incêndio

e ninguém saberá se tem chão sob os pés...

Ao nos virmos de novo, em tempos mais humanos,

cataremos a xepa do brio e do sonho

entre perdas e danos nesse cais do caos

que o futuro desenha pra nos avisar...

Mas nós temos poder de ressurgir do toco;

somos muda e semente que vencem desertos,

coco murcho com broto escondido na casca...

Saberemos da lava, do carvão, da cinza

ou da cara ranzinza do fim desta era,

que do fundo do poço só dá pra voltar...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 18/01/2022
Código do texto: T7432026
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