Essência Visceral

Sentado na cabeceira

de minh'alma inquieta

Delato-me, pergunto: Quem sou?

E chego à certas conclusões:

Não sei mais quem sou

Às vezes sou nada ou o nada sou.

Perambulo entre palavras

Onde metáforas massacram notas

Clamando por respiros

Que afogam as entranhas

Designadas por ilusões.

Denomino a dor como uma esfera

Que transcende a essência visceral

Onde tudo se eleva ao caos

Nas profundezas ancestrais

Do imaginário subjetivo.

Navegar é preciso

Em altos voos

E isso é perigoso

É gume na carne

De um delírio insolúvel.

É andar nas nuvens

Como um gigante

Afinar-se com a loucura

Desencadear amores e aflições

Ou morrer na dúvida?

Mas viver é se perder...

É achar-se no que não existe

É renascer quando não se acha

É nadar de bicicleta

Nas geleiras do fogo...