URNA ELETRÔNICA: não sei do meu voto

Valdir Loureiro

A Urna Eletrônica não viu o meu poema,

Pedido aos amigos nem oração minha;

Escondeu o jogo das cartas que eu tinha

E esforço empregado com atenção extrema.

Usei adesivo, cartaz e emblema;

Viajei às carreiras, subindo ladeira.

Fiz coro, cantando o Hino à Bandeira.

Porém não venci um esquema eletrônico.

Até me lembrei de senador biônico:

Daquele mandato sem ter eleição,

Que exerce o cargo por indicação.

Mas a votação era de presidente.

Meu voto é um número e número não mente.

Só não sei se foi pela urna contado

Para o nome que eu deixei lá, digitado,

Ou se foi para outro nome concorrente.

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Versificação acima com 16 Hendecassílabos ritmados em 4 quartetos.

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DISCURSO IDIOTA. Paralelo de Valdir Loureiro ao comentário de Edras José no rodapé: "Idiotices".

Versos: 16 hendecassílabos de Valdir Loureiro

Com medo de autor que soltasse uns esturros,

Fui ver o que eram as idiotices.

Pesquisei por dentro do meu "pai dos burros",

Mas não achei relação com o que eu disse.

Também não vi nada que diminuísse

A minha expressão de autocapacidade.

Por isso, eu me sinto liberto e à vontade:

Não tenho discurso de quem é idiota.

Quem sabe (talvez) tenha aquele que vota

Em quem diz que pode um ladrão assaltar

Celular da gente e, para aproveitar,

Assalte relógio, bolsa e mate quem

Reaja ao assalto. E um morto não vem

A um presidente para reclamar.

E esse, talvez, ainda goste também

Da voz de outro crime que se perpetuar.

Valdir Loureiro

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Ver também

O que fazer em caso de comentário ofensivo;

https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/msgeditor.php?idm=50.