Ordálio

Outra vez,

quis em vão,

me ausentar

do teu mundo.

Qual um eremita,

mergulhar no deserto

da minha alma

frágil e sem calma.

Todavia,

desta feita,

como num ordálio

previsível e sombrio,

tua voz me inundou

em ondas fatais,

e tuas mãos,

hoje calejadas,

tocaram leves...

meu sorriso

guardado em caixa

de papel crepom.

Heroína e vilã,

eis me outra vez

aos teus pés.

Rapapés à ti...

E minhas juras

de volta aqui.

Meu pedido,

em tom dolorido:

Cuide do teu refém,

ou o deixe...

à outrem.