NÃO VOU EMBORA PRO BRASIL (Parodiando “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira)

Não vou embora pro Brasil,

Lá sou inimigo do “rei”,

Lá não terei a liberdade

Que eu tanto desejei.

Não vou embora pro Brasil

Aqui eu sou mais feliz!

Lá está grande a CENSURA,

Uma Suprema ditadura,

De tal modo inconsequente,

Que já estão censurando

Não só o que o povo fala,

Mas até o que o povo sente!

Não vou embora pro Brasil.

Aqui eu falo o que quero

Sem medo de ser bloqueado,

Sem medo de ser incluído

No “Inquérito do Fim do Mundo”,

No Inquérito das Mídias Digitais

Que não termina jamais.

Aqui eu tenho de tudo,

É outra civilização,

Tem um processo seguro

De se fazer eleição.

Os votos são auditáveis,

Não existe nenhum segredo,

Podemos escolher sem medo

Os nossos representantes.

E quando de noite me der

Saudade do meu país,

Quando de noite me der

Vontade de ir pra lá,

Lembrarei que no Brasil

Lá sou inimigo do “rei”,

Não terei a liberdade que quero,

O país que tanto sonhei!

Não vou embora pro Brasil.

— Antonio Costta