Vivo Só

Eu vivo só,

em um mundo repleto de pessoas.

No meu grito ou murmúrio compassado,

estou só, somente minha voz ecoa.

Ando procurando uma razão

de falar, para eu ser escutado;

entretanto meu grito

fica preso, amordaçado.

Ando todos os dias

por ruas bem cheias, mas vazias.

Pessoas que passam, não passam de

de pessoas vazias.

Eu vivo só, mesmo sempre acompanhado,

minha voz se perde nos caminhos.

Por onde passo, mesmo calado,

deixo para traz o meu recado.

Ando sempre só,

minhas pegadas marcam as calçadas.

Meu peso é grande,

o mundo é bem pesado.

Ando sempre só,

mas sempre acompanhado.

Minha companhia só eu vejo,

me deixa sossegado.

Ando sempre só,

passos precisos, também vacilantes.

Sigo caminhos, procuro um destino

a todo instante.

Ando sozinho, procuro um caminho

que seja só meu,

onde eu possa trilhar

e então me encontrar.

05/01/05

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 29/11/2005
Reeditado em 08/08/2008
Código do texto: T78289