Pequeno tratado de Joãozinho sobre o Amor

Perder alguém que a gente ama

É como pôr aparelho nos dentes.

Nas primeiras semanas dói, dói tanto.

Parece até que não vai parar nunca mais.

Tudo que a gente coloca na boca

Lembra que ainda está ali

Para ferir a gente por dentro.

E meses se vão com as chuvas,

As folhas caem das árvores,

O gás acaba na lamparina,

E dormimos cansados de tudo.

Depois de um depois,

A gente se acostuma ao doer...

Aprendemos a não gostar mais de torradas,

Porque dói.

Nem casquinhas geladas,

Também faz doer.

A gente chega a pensar que se esqueceu.

Mas basta parar um bocadinho,

Sentimos que ainda está lá.

E vai ficar lá por ainda uns quatro anos!

Até que nosso sorriso não precise mais dele.

Perder Silvinha foi isso assim também.

A gente sente e aprende para poder sorrir melhor.

Amael Alves Rabelo Júnior
Enviado por Amael Alves Rabelo Júnior em 19/12/2007
Reeditado em 07/01/2008
Código do texto: T784454
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