VOZES D’ALMA
(Palavras para além do vazio)
I
Senhor!
De onde virão
Essas vozes ádvenas,
Essas gástricas armadilhas que alimentam
Carnívoros exércitos - com gritos estonteantes
De revolta?
II
Senhor!
De onde virão
Essas mortes noturnas,
Essas soturnas agonias que regurgitam
Fodas paranóicas - com urros malevolentes
De fome?
III
Senhor!
De onde virão
Esses filhos rejeitados,
Essas mórbidas carnificinas que contaminam
Sonhos prostrados nas calçadas - com rápidos disparos
De pistolas 45?
IV
Senhor!
De onde virão
Essas desenxabidas agonias,
Essas orgias funestas que militarizam
Mamas lúcidas da vida quebrantando corações sodomizados
- Nas horas recatadas
Do infinito?
V
Senhor! Senhor!
A Ti pertence o momento.
Ainda assim,
Um inaudível fio de oração desdenha o álibi.
Apressa-Te, Senhor!
Desvia-nos das Almas entrincheiradas,
Afasta-nos dos Anjos caídos,
Dos efeitos de um olhar em cada sombra
Que morreu, sob a eterna desventura
De viver.
VI
Senhor! Senhor!
A Redenção é Vossa.
A contratura, também.
Já não era sem tempo... Estás de volta!
Poderdes criar os nômades poetas,
Ouvi-los e perdoá-los do alto de suas súplicas:
- De onde virão
Equívocos e colisões,
Senhor?
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