VOZES D’ALMA

(Palavras para além do vazio)

I

Senhor!

De onde virão

Essas vozes ádvenas,

Essas gástricas armadilhas que alimentam

Carnívoros exércitos - com gritos estonteantes

De revolta?

II

Senhor!

De onde virão

Essas mortes noturnas,

Essas soturnas agonias que regurgitam

Fodas paranóicas - com urros malevolentes

De fome?

III

Senhor!

De onde virão

Esses filhos rejeitados,

Essas mórbidas carnificinas que contaminam

Sonhos prostrados nas calçadas - com rápidos disparos

De pistolas 45?

IV

Senhor!

De onde virão

Essas desenxabidas agonias,

Essas orgias funestas que militarizam

Mamas lúcidas da vida quebrantando corações sodomizados

- Nas horas recatadas

Do infinito?

V

Senhor! Senhor!

A Ti pertence o momento.

Ainda assim,

Um inaudível fio de oração desdenha o álibi.

Apressa-Te, Senhor!

Desvia-nos das Almas entrincheiradas,

Afasta-nos dos Anjos caídos,

Dos efeitos de um olhar em cada sombra

Que morreu, sob a eterna desventura

De viver.

VI

Senhor! Senhor!

A Redenção é Vossa.

A contratura, também.

Já não era sem tempo... Estás de volta!

Poderdes criar os nômades poetas,

Ouvi-los e perdoá-los do alto de suas súplicas:

- De onde virão

Equívocos e colisões,

Senhor?

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Benny Franklin
Enviado por Benny Franklin em 23/12/2007
Reeditado em 23/12/2007
Código do texto: T788966