Face Crua

Há certos tempos

que tudo se torna cru

E a alma se aquece fria

Me consome, de fato

O fardo, desato

Voo e ando nu.

Os sentimentos se despeçam

Em acontecimentos mortos

Congelando os pensamentos

Das incertezas rasas

Na face absoluta.

Acato a existência desprovida

Improviso na desilusão

Me inundo no sóbrio na relva fresca

Despelo a vida

Porque a dor não morre não.