Círculo
Não tem muito enfeite
Não tem nem perfume e nem verniz
E no matiz cadenciado dos seus lábios
Tem candura e fiapos de simplicidade
E para dizer a verdade como sempre
Até éramos muito indiferentes
A toda essa agitação
Que transforma pessoas em boiada
Perdidos por uma triste estrada
Perdidos em pura negação
A Terra não é plana e posso dizer
Se dando as costas para você e correr
Por quilômetros, mares e terras
Volto aos seus braços para me aquecer
E essa esfera imperfeita
Que acolhe quem nela deita
É como mãe que ao filho ama
Mesmo sendo maltratada não reclama
Um dia há de descompensar
Diante de tanta maldade
Haverá a necessidade
Da mãe Terra nos vomitar