forasteiro
é de pó
de estrada
o destino de um nada
feito eu
um plebeu
um sandeu
um canoa furada
um caipira
trovador de mentira
e sem hora
nem sequer pirapora, bom jesus, ou senhora, ou profeta
sem perdão
comunhão, procissão, sacramento
na contramão do poeta
caminhando aos quatro ventos
perdido com meu cavalo
sobre os muitos pensamentos
é de verso
e calçada
meu lamento
e toada
e prazeres
e outros tantos sofreres
nos desaventos
e incertezas
cerro os olhos e silencio
como quem reza
aventurando novos juquereres