LUA DE MEL COM A VIDA

Freneticamente eu leio.

Olho para as pessoas na rua

sinto que o medo é real

que não ser é melhor

que não assumir a culpa é a solução.

No céu deve haver

os anjos que fogem

incluo-me nestes

aqueles que não desceram

mas continuam injuriados.

É preciso dizer

e a sociedade não nos obriga

mas a vida deve nos ensinar

nem que seja da pior maneira

com o sangue vertendo

e observando os mortos

que ficam pela estrada

até chegar o dia

de nos tornarmos também.

Olho para trás sem medo

e às vezes retorno alguns passos

reavalio as pedras no caminho

olho as faces deitadas

e me lembro da precariedade.

No horizonte está o necta

uma solução neutra

uma filosofia sincera

que reconheça a maldade humana

será se estou errado?

De uma coisa eu sou sincero:

meus ídolos velem esterco

meus inimigos talvez sejam políticos demais.

(02/09/03)

Ozimar Júnior
Enviado por Ozimar Júnior em 22/12/2005
Reeditado em 25/07/2008
Código do texto: T89485