Cirurgia da Alma
Silêncio absoluto faz-se presença agora
Ouço o coração escarlate em desatino
Pulsa, pulsa, pulsa...ultrapassa a epiderme
Obstinado em cessar as batidas da existência
O comando da alma impulsiona-o a ofegar
Olho em volta e encontro um semblante melancólico
Sangue escorre, mistura-se com lágrimas
Surgem destroços humanos acomodados num corpo febril
Debilitado rende-se e pede retorno ao lar
Cirurgiões imaginários envoltos em brancos panos
Apossam-se de suas armas sinistras:
Bisturis, lâminas, seringas, agulhas, cateteres
Luvas alvas amoldam o cerne da vida
Transportando-o a sua nobre morada