Outra vez

Quando meu olhar se derrama

por sobre o jardim,

é a mais pura denúncia

de que eu,

ao me defender

busco outros horizontes.

Me salve...me salve,

pois ao fugir do viés da solidão

Eu semeio saídas...

Eu permeio feridas...

Eu me jogo no além!

Então,

Me ameace... me lace...

Não se sinta imune...

Não me deixe impune...

porque a cada manhã

que brota,

eu me desfaleço do que fui

e renasço na dúvida

inquietante e muda,

do que desconheço

em mim.

Outra vez,

não me domino.

Outra vez...

Parece incrível,

não sou tangível

nem mensurável

E morro a cada vez

que percebo

que já não caibo em mim.